Conhecida até agora como a rotunda da “Green Hill” (por causa da discoteca que ali existia), esta entrada para a Foz do Arelho (para quem vai pela estrada nova) passou a ter uma nova designação que pretende evocar a ligação da Foz do Arelho ao oceano.

A rotunda foi totalmente reformulada, a partir do projeto da autoria do arquiteto Ovídio António, e colocada no seu centro a peça escultória realizada pelo atelier de Renato Franco.

“Deram-nos uma ‘folha em branco’ para trabalhar e o nosso pensamento foi logo virado para o mar. Quisemos fazer algo que fizesse parte da história da Foz do Arelho”, explicou Renato Franco.

Com seis metros de dimensão, o búzio pretende recordar como era este o instrumento utilizado para chamar os fozenses para voltarem a abrir a ligação da Lagoa de Óbidos ao mar. A Aberta, como é conhecida, era assim restabelecida com a força das mãos da população que acorria.

O atelier contou com a colaboração da direção da Casa das Conchas, que ajudou na produção do desenho final.

“Para a base da rotunda trabalhámos com recursos locais, nomeadamente a areia e as perpétua-das-areias, que são resistentes e não precisam de manutenção”, explicou o escultor.

Quanto à estrutura do búzio, é feita ao bronze e vai ganhar colorações diferentes de acordo com a altura do ano. “Está preparado com uma estrutura em aço inox para manter a sua durabilidade, tendo em conta a exposição às condições marítimas”, indicou.

O escultor, formado na ESAD.CR, trabalha no seu atelier em Alvorninha com uma série de outros artistas, alguns deles ainda estudantes na escola de artes das Caldas. “Só foi possível conseguir este resultado por causa da minha equipa”, disse, apontando especialmente os que tiveram de trabalhar o bronze.

“Reciclámos embalagens de cartão que foram passadas a bronze e cada um desses cerca de 180 elementos foram moldados um a um, em cima da estrutura base em aço inoxidável”, descreveu. A peça pesa mais de uma tonelada.

O presidente da Junta de Freguesia da Foz do Arelho, Fernando Sousa, destacou que a obra de requalificação da rotunda demorou cerca de dois anos a ser concretizada, devido às dificuldades em arranjar uma empresa que a realizasse.

Em relação à escultura, Fernando Sousa não poupou elogios. “Está uma obra magnífica”, salientou.

Também o presidente da Câmara das Caldas, Vitor Marques, elogiou a intervenção realizada naquela rotunda e salientou que este atelier caldense tem criado obras em todo o mundo.

O edil aproveitou a ocasião para elogiar o autarca da Foz do Arelho. “Devemos estar todos muito felizes por todo o trabalho realizado ao longo destes doze anos por esta equipa liderada pelo Fernando”, disse, pedindo uma salva de palmas para o executivo da Junta.

Bombeiros caldenses homenageados

Da parte da tarde, foi inaugurada a exposição que resultou da divulgação do projeto “FOZge Comigo” na Estrada Nacional 2.

No ano passado, duas ciclistas, acompanhadas por veículos de apoio da Junta da Foz do Arelho, promoveram o projeto que divulga este destino turístico ao longo daquela mítica estrada.

Ao longo do percurso, a comitiva da Foz foi recebida pelas autarquias que fazem parte do itinerário e entregou o “merchandising” de divulgação do “FOZge Comigo”. Como em todos os concelhos recolheram também lembranças das respetivas autarquias, esses artigos estão agora expostos.

Na inauguração estiveram presentes autarcas de alguns dos concelhos que foram visitados nessa iniciativa, nomeadamente de Góis, Sardoal e Vila de Rei.

Seguiu-se depois a sessão solene de comemoração do aniversário de elevação a vila, durante a qual a Junta de Freguesia entregou a sua medalha de mérito à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha “pelo serviço incansável e exemplar prestado à nossa comunidade”.

O presidente da Junta salientou que os bombeiros caldenses têm prestado muitos serviços à Foz, incluindo durante a época balnear, e são uma das melhores corporações do país.

“Nos meus tempos de juventude integrei a primeira equipa de nadadores-salvadores que os bombeiros das Caldas formaram na praia da Foz do Arelho”, contou.

O presidente da Câmara das Caldas demonstrou também o seu reconhecimento pelos bombeiros voluntários das Caldas e pela qualidade do trabalho também da associação que os dirige, merecendo mais esta homenagem.

O presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha, Carlos Gouveia, agradeceu a distinção e afirmou que existe uma ligação especial à Foz do Arelho, porque após um acidente de uma bateira com vítimas mortais na Lagoa de Óbidos, em 1973, foi decidido criar ali uma equipa de salvamento. O grupo foi criado em 1974 e também Carlos Gouveia, tal como Fernando Sousa, foi um dos primeiros nadadores-salvadores.

“Os bombeiros também tiveram sempre muito apoio da população da Foz do Arelho”, salientou.

O comandante dos bombeiros, Nelson Cruz, dedicou a medalha “aos homens e mulheres que estão no terreno e dão tudo pelo concelho das Caldas” e agradeceu à população da Foz pela sua generosidade.

No último discurso que fez enquanto presidente da Junta, porque não pode recandidatar-se por ter atingido o número limite de mandatos, Fernando Sousa afirmou ter-se entregue com dedicação à Foz do Arelho ao longo destes 12 anos.

Nesta cerimónia, discursaram ainda o vice-presidente da Câmara, Joaquim Beato, e o presidente da Assembleia Municipal das Caldas da Rainha, Lalanda Ribeiro, que enalteceram a Foz do Arelho e o seu progresso.