Câmara projeta balneário junto à Fábrica Bordalo Pinheiro para 20 mil aquistas por ano

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A Câmara Municipal das Caldas da Rainha pretende construir um novo balneário termal num terreno com cerca de 3.000 metros quadrados, situado junto da Fábrica Rafael Bordalo Pinheiro.
O presidente da Câmara descreveu o caminho para relançar as Termas com ambição nacional e internacional

O balneário terá capacidade para acolher cerca de 20 mil aquistas por ano e incluirá um parque de estacionamento subterrâneo com até 4.500 metros quadrados. O terreno em causa pertence atualmente a uma entidade privada, cujo proprietário manifestou disponibilidade para negociar com a autarquia, sendo apontada como a localização mais adequada para o novo equipamento termal.

Este projeto insere-se no âmbito das propostas do Master Plan para o Parque das Termas, apresentado no dia 13 de junho no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha. O estudo indica a implementação do Parque Termal que “fará a ligação entre o Parque D. Carlos I, a Mata Rainha D. Leonor e a Quinta da Boneca”, ocupando uma área de cerca de 30 hectares, na zona histórica da cidade”, disse o presidente da Câmara das Caldas, Vitor Marques.

O autarca destacou que o trabalho desenvolvido no âmbito do Master Plan permite agora tirar conclusões importantes para o relançamento da atividade termal com o intuito de projetar as Caldas a nível nacional e internacional. Sublinhou que este é um desafio que envolve todos os decisores políticos, tal como já aconteceu durante o processo de estudo e desenvolvimento. Referiu ainda que, no final do ciclo de governação e com a aproximação de um novo mandato, os documentos agora disponíveis permitem fundamentar decisões e avançar com propostas concretas para os próximos quatro anos.

O presidente da Câmara anunciou a intenção de avançar de imediato com a fase de projeção do novo balneário termal, sublinhando que o objetivo é criar uma infraestrutura diferenciadora, com rentabilidade económica e com potencial para se tornar uma âncora forte para o centro da cidade. “Quando o Hospital das Caldas for transferido para São Cristóvão, é fundamental garantir que o centro da cidade mantém uma referência estruturante”, afirmou.

O presidente da Câmara defendeu que o novo balneário deverá integrar-se harmoniosamente neste contexto urbano e paisagístico, valorizando ainda a proximidade com o eventual futuro Museu Nacional da Cerâmica, cuja concretização naquele local é vista como um desígnio e sonho do Município.

Para o autarca, o novo balneário deve assumir “uma função de equilíbrio entre o termalismo terapêutico e o bem-estar”, permitindo complementar e diversificar a oferta já existente no Hospital Termal, onde atualmente são realizados tratamentos e massagens, mas onde, por exemplo, “não existe uma piscina”.

Vitor Marques destacou ainda a oportunidade de “especializar o novo equipamento termal em áreas como a fisioterapia e a reabilitação, inclusive no âmbito do desporto de alta competição, aproveitando a complementaridade com as estruturas desportivas já existentes no concelho”. Nesse sentido, acredita que o termalismo “poderá beneficiar de um novo público, alavancando a atratividade da cidade e articulando-se com os eventos e infraestruturas desportivas de excelência que as Caldas da Rainha já oferecem”.

Revelou ainda que pretende ver o projeto concluído no prazo de um ano e que já está acordado “uma verba de cinco milhões de euros para investimento no termalismo” assegurada através do sistema de incentivos de base territorial da Comunidade Intermunicipal do Oeste para “dar arranque à obra”.

Para além do Master Plan do Complexo Termal, foi também apresentado um estudo sobre o modelo de governação da futura infraestrutura, que, segundo Vitor Marques, deverá assentar na criação de uma empresa municipal. Embora o estudo tenha explorado outras hipóteses, como uma fundação, uma régie cooperativa ou mesmo a exploração por privados, o autarca considera que a população das Caldas dificilmente aceitaria a entrega do parque termal a entidades privadas. O presidente considera que a empresa municipal permitirá “assegurar uma gestão pública eficiente, rentável e alinhada com o interesse da comunidade”.

Sublinhou que a “atual oferta que temos do nosso termalismo gera receitas inferiores às necessidades de manutenção e valorização do património, sendo por isso essencial desenvolver uma oferta termal mais diferenciadora e sustentável”.

Apesar de admitir que a meta de 20 mil aquistas por ano possa parecer ambiciosa, face aos cerca de 10 mil quando o Hospital Termal trabalhava na sua plenitude (o número mais alto), Vitor Marques lembrou que há um potencial significativo a explorar, tendo em conta a proximidade de grandes centros urbanos e a localização estratégica da cidade, a menos de uma hora de Lisboa. Para o autarca, o termalismo deve ser “entendido como uma oportunidade que cruza saúde, turismo e desenvolvimento económico”.

O autarca destacou ainda a importância de envolver diversas estruturas no desenvolvimento do projeto termal, apontando como exemplo e “prioridade” a construção do novo hotel nos Pavilhões do Parque. “Este projeto deverá avançar em breve, uma vez que dispõe de licença de construção válida até ao final de setembro deste ano, e acreditamos que esse será o momento para iniciar a sua concretização”, disse.

A estratégia passa também por investir na “investigação científica e na formação superior ligada à saúde e ao bem-estar, em parceria com instituições como o Politécnico de Leiria, a Escola Nacional de Saúde Pública e outras entidades do ensino superior”.

Revelou ainda que está a ser avaliada a criação de uma escola superior ligada à saúde, a instalar, eventualmente, no edifício do antigo Ramalho Ortigão, atualmente sob gestão municipal através de um aluguer.

 Apresentação dos Planos 

O arquiteto Bruno Lamas, que abriu a sessão com a apresentação do Master Plan para o Parque das Termas de Caldas da Rainha, revelou um total de 24 ações propostas para a implementação do projeto. Entre as principais intervenções, destacou a “construção do novo balneário e a criação do Parque das Termas com um percurso pedonal estruturante central que fará a ligação do espaço singular de 30 hectares que tem caraterísticas únicas”.

Outras ações estruturantes incluem a reabilitação dos Pavilhões do Parque para instalação de um hotel com spa, a recuperação do Jardim da Água, a implementação de um novo modelo de mobilidade urbana e a definição de um modelo de gestão integrada para o Parque das Termas.

Em relação ao Hospital Termal, o plano propõe que continue a vocacionar-se para o termalismo terapêutico, integrando também um centro de investigação sobre termalismo, valorizando o seu papel histórico como o primeiro hospital termal do mundo e incorporando ainda um espaço museológico para visitação.

No que toca à mobilidade, o arquiteto defendeu a adoção de um novo modelo para o centro da cidade e centro histórico, com o objetivo de reduzir o tráfego de atravessamento no parque. Uma das propostas é o condicionamento da circulação automóvel no Largo da Rainha D. Leonor, promovendo uma maior qualidade ambiental e pedonal na zona termal.

Oliveira das Neves apresentou o Modelo de Governação e da Viabilidade Económica e Financeira, onde destacou que uma das conclusões relativas às tendências de evolução do Complexo Termal das Caldas da Rainha passa pela construção de um novo Balneário, pela preservação e classificação do antigo Hospital Termal e das nascentes termais, bem como pelo aproveitamento da geotermia, valências já incluídas na concessão de exploração detida pelo Município.

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