Susana Simplício, membro assíduo do movimento, explica que a iniciativa surgiu “da necessidade de tornar mais presente as bicicletas na cidade”, também em parte como complemento do KidiCaldas, um evento que decorre duas vezes ao ano e promove o uso da bicicleta para deslocações entre crianças, mas também adultos, e exige a “melhoria da infraestrutura cicloviária e pacificação das ruas”.
O Caldas Mais Ciclável formou-se no início de maio e reúne, todas as semanas, entre 3 a 10 pessoas. Apesar de alguns dos participantes serem já ciclistas experientes, Susana Simplício afirma que “o objetivo é também chamar pessoas que não tenham esse hábito”, lembrando que esta é uma cidade relativamente pequena, com sobrepopulação de veículos.
Dentro deste grupo está Kevin Claro, que circula diariamente de bicicleta. Considera que têm havido “pseudo tentativas” por parte da Câmara de adaptar a cidade a ciclistas, através da “linha verde e das zonas de circulação a 30 quilómetros por hora”, mas defende que o maior problema não são as infraestruturas, mas sim as pessoas que andam de carro.
O experiente ciclista afirma que, “maior parte das vezes, os condutores veem-nos como um obstáculo e não como alguém que partilha a estrada com eles” e esta é uma ideia que tem de ser mudada para melhorar a experiência e segurança dos ciclistas. É por isso que, nas voltas do Caldas Mais Ciclável, “vai sempre uma pessoa experiente à frente e uma pessoa experiente atrás”, de maneira a criar um ambiente mais amigável a quem queira começar a implementar a deslocação de bicicleta na sua rotina.
Caldas da Rainha é uma cidade com muitas rotundas e Kevin afirma que estas são das zonas mais perigosas para a circulação de bicicletas, especialmente “as de duas faixas” em hora de ponta. O perigo vem do facto de muitos ciclistas ficarem “atrapalhados” nestes meios, por falta de experiência ou formação, e também por alguma impaciência por parte dos condutores.
Teresa Palma é também um membro comum nas voltas do Caldas Mais Ciclável e defende que “todas as entradas da cidade” que fizessem “ligações às terras mais próximas” deveriam ter infraestruturas que facilitassem a circulação dos ciclistas. Acredita que, esta medida, poderia levar a que jovens que habitassem perto se deslocassem autonomamente para a escola, de maneira também a diminuir a circulação de veículos.
Ao ouvir o argumento de Teresa, Susana lembrou que em Lisboa e Aveiro, por exemplo, “já existem comboios de bicicleta”, um programa de mobilidade escolar em que os alunos vão de bicicleta para a escola, acompanhados de monitores. Caldas seria então uma boa cidade para implementar essa medida, tendo em conta a facilidade que o “relevo relativamente plano” da zona proporciona a esta deslocação.
Sustentando que a promoção da circulação de bicicleta na cidade traz imensos benefícios, nomeadamente a “nível da saúde e ambiental” e de que é importante remover o estigma da associação da deslocação de bicicleta a pobreza, Susana Simplício deixa um apelo a todos os cidadãos, experientes ou iniciantes no ciclismo, para que se juntem ao Caldas Mais Ciclável. Este grupo tem um perfil no Facebook, no Instagram e uma comunidade no Whatsapp à qual qualquer cidadão é livre de se juntar.
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