“A tradicional Festa de São João Batista é uma celebração profundamente enraizada na fé e na cultura marítima da comunidade local”, vincou o Patriarcado de Lisboa.
Organizado pela Paróquia de Peniche, o programa teve início manhã cedo, em Peniche, com a viagem de barco até ao Bairro dos Pescadores, na ilha da Berlenga, onde o patriarca destacou na sua homilia durante a eucaristia três dimensões espirituais ligadas ao universo marítimo.
Em primeiro lugar, o mar como lugar de comunhão. “Todos trabalham para o mesmo e sabem-se responsáveis uns dos outros. Celebrar o mar é celebrar a união entre as pessoas, que pode fazer surgir aquilo que o ser humano tem de melhor para oferecer”, sublinhou.
Rui Valério centrou-se depois na figura de São João Batista, apresentando-o como exemplo de vida aberta a Deus e aos outros: “João Batista aponta para Cristo, e por isso aponta para lá de si próprio. Soube usar as águas como sinal de caminho para Deus, através do batismo de penitência que oferecia”.
Por fim, o patriarca de Lisboa evocou o símbolo da âncora, tão familiar aos homens e mulheres do mar, para destacar a importância da fé como alicerce. “A âncora oferece firmeza, a base sólida que é Deus. Quando Ele é a nossa âncora, não caímos, não ficamos sem sentido para a vida”, sustentou, na celebração que foi concelebrada pelo pároco de Peniche, padre Ivo Santos.
A celebração contou também com a presença de diversas autoridades civis e militares. Da Marinha, marcaram presença o contra-almirante Domingos Vaz, subdiretor-geral da Autoridade Marítima Nacional e 2.º comandante-geral da Polícia Marítima, bem como o capitão do porto de Peniche, Nuno Moreira. Estiveram empenhados elementos da capitania e da Polícia Marítima de Peniche e tripulantes da Estação Salva-vidas de Peniche.
Após a missa, D. Rui Valério visitou as instalações dos pescadores, num gesto de proximidade e apreço pelo trabalho de quem vive do mar.
Seguiu-se o almoço e a tradicional procissão no mar, momento carregado de simbolismo para pescadores, visitantes e fiéis, e na qual participaram cerca de 130 pessoas e 20 embarcações.
Houve ainda tempo para a visita do patriarca de Lisboa ao farol da Berlenga.
A Festa de São João Batista continua a ser um momento de encontro entre fé, tradição e cultura marítima, reforçando os laços de uma comunidade que vive profundamente ligada ao oceano
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