Cinco detidos por furtos em cemitérios

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Três homens e duas mulheres foram detidos por furtos de peças de arte sacra. Fizeram mais de cem assaltos, a maioria em cemitérios, muitos dos quais na região Oeste. Um deles foi filmado pela GNR para servir de prova.
Foi recuperada alguma da arte sacra que tinha sido furtada em cemitérios

Os assaltantes, com idades entre 25 e 33 anos, foram detidos em Alenquer e Torres Vedras pelo Núcleo de Investigação Criminal do Destacamento Territorial de Caldas da Rainha da GNR, na passada quarta-feira, por mais de uma centena de assaltos em cemitérios, interior de veículos e residências no centro e sul do país, muitos deles em quase todos os concelhos da região Oeste.

No âmbito de uma investigação, que durou cerca de dois meses, relacionada com assaltos praticados nos distritos de Leiria, Lisboa, Coimbra, Santarém, Évora e Setúbal, os militares reuniram provas e executaram cinco mandados de detenção e 23 mandados de busca – quatro domiciliárias e 19 não domiciliárias em veículos, terrenos, armazéns e empresas operadoras de gestão de resíduos – nos concelhos de Alenquer, Almeirim, Figueira da Foz, Loures, Rio Maior, Santarém e Torres Vedras.

Incluídas nas provas reunidas está o recurso a imagens de drone da atuação dos assaltantes. Em Póvoa da Isenta, Santarém, foi gravado o assalto a um cemitério.

Segundo o comandante do Destacamento de Caldas da Rainha da GNR, capitão Ruben Rocha, “tínhamos perfeita consciência que estes furtos reiterados estavam a causar um grande alarme social e, como tal, desenvolvemos logo uma investigação, tentando que ela fosse o mais rápido possível”. “Felizmente, nestes dois meses conseguimos identificar os suspeitos e recolher a informação que nos permitiu agora proceder à sua detenção”, indicou.

Sobre o modo de atuação deste grupo, o comandante relatou que “essencialmente, estes indivíduos percorriam longas distâncias durante o dia, sendo que procuravam identificar cemitérios que não tivessem ninguém por perto e aí faziam rápidas incursões, onde retiravam todos os metais que podiam e depois procediam ao seu desmantelamento e entrega a operadores de recolha de resíduos”.

Os furtos eram realizados à luz do dia e não necessariamente a coberto da noite, como se supunha. Enquanto uns concretizavam os furtos, outros vigiavam se alguém aparecia. Não foram encontradas armas de fogo.

Entre o produto dos furtos, que foi apreendido, constam 738 quilos de metais não preciosos, em bronze, cobre e latão, já processados para venda, 24 estatuetas, diversas bases em pedra mármore e granito, provenientes de desmantelamento de peças religiosas de cemitérios, várias ferramentas utilizadas nos crimes, documentação e faturação relativas à venda de metais preciosos e não preciosos, 495 euros, duas televisões, um monitor, um equipamento eletrónico de jogos, uma máquina fotográfica, um relógio e outros artigos, para além de quatro veículos e uma minimoto.

Na sequência da ação foram ainda constituídos arguidos quatro indivíduos, com idades entre os 20 e os 64 anos, alguns com antecedentes por crimes de igual natureza, e uma empresa, por auxílio à prática dos crimes perpetrados e por recetação.

Os detidos (dois casais e o primo de um deles), todos de nacionalidade portuguesa, têm antecedentes pela prática do mesmo tipo de ilícitos criminais, e foram presentes a primeiro interrogatório judicial no Tribunal Judicial de Leiria, para aplicação das medidas de coação. Os três homens ficaram em prisão preventiva, enquanto as duas mulheres são obrigadas a apresentações duas vezes por semana nas autoridades policiais da sua área de residência.

Os objetos recuperados, após serem reconhecidos, serão devolvidos aos legítimos proprietários, quando identificados, pelo que é conveniente que os lesados apresentem queixa. Estima-se que não tenha sido possível recuperar todo o material furtado, por já ter sido vendido.

A operação contou com o reforço dos militares da GNR do Comando Territorial de Leiria e de Lisboa, da PSP e do Ministério Público.

Espera-se que esteja completo o desmantelamento desta rede, no entanto, a investigação ainda vai decorrer no sentido de recolher mais provas.

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