“Este ano quisemos trazer o evento para uma zona mais central do parque, junto ao Coreto, para atrair ainda mais pessoas”, explicou Pedro Brás, presidente da União de Freguesias. “Tivemos as mesmas catorze associações – onze de cariz social, duas ligadas à proteção animal e uma com foco ambiental”, referiu.
O ambiente foi marcado pela inspiração, partilha e solidariedade, num dia que também contou com música ao vivo, dinamizada pelo Conservatório de Caldas da Rainha. A organização destaca o sucesso da iniciativa e pretende repeti-la mais vezes. “O objetivo é não só dar a conhecer o que as diferentes instituições de ajuda fazem, como também que eles se conheçam e trabalhem cada vez mais em rede, porque a trabalhar em união consegue-se ir mais longe”, sublinhou Pedro Brás.
Uma das novidades desta edição foi a aposta nas rifas solidárias, com prémios doados por parceiros locais. “A Quinta Japonesa ofereceu duas noites para duas pessoas, o artista Manuel Bandeira Duarte contribuiu com um print e um saco, e eu próprio também doei uma peça”, relatou Pedro Brás. “Todo o valor angariado reverteu diretamente para as associações presentes no evento e conseguimos a dar a cada uma o valor de cerca de 250 euros”, revelou o autarca.
A iniciativa contou ainda com o apoio da Caixa de Crédito Agrícola de Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche, um dos patrocinadores da Rota do Voluntariado Local. A empresa Rações Avenal, para além de ter concedido um subsídio ao evento, marcou presença com a oferta de brindes e a divulgação dos seus produtos junto da comunidade.
Associações elogiam iniciativa
O Banco Alimentar do Oeste (BAO) foi uma das entidades presentes e na sua banca estiveram duas responsáveis que fazem parte da direção, Patrícia Morgado e Alexandra Caiado.
Patrícia Morgado sublinhou a partilha entre associações. “Muitas das associações que estão aqui já têm protocolo connosco e recebem alimentos do Banco Alimentar. Mas há muitas outras que não têm a ver com a alimentação das famílias e que às vezes nos podemos ajudar mutuamente”, afirmou.
A responsável explicou ainda que o BAO procura ter uma presença contida nas ruas, de forma a preservar o impacto das suas campanhas. “Normalmente o Banco Alimentar sai à rua duas vezes por ano, até para não estar sempre a mostrar a marca, porque nós fazemos o trabalho de bastidores o ano inteiro. Queremos que aqueles dois momentos anuais em que vamos para os supermercados, na tentativa de arranjar os produtos básicos dos cabazes para as famílias, tenham impacto. Se sairmos muitas vezes, as pessoas cansam-se de estar sempre a colaborar”, justificou.
Durante a Rota do Voluntariado, Patrícia Morgado e Alexandra Caiado alertaram para a necessidade de reforçar a sensibilização relativamente aos alimentos prioritários nas campanhas. “Os sacos que distribuímos nos supermercados, no verso, dizem exatamente quais são os alimentos importantes para fazermos os cabazes”, indicou, dando o exemplo de alimentos menos adequados. “Por exemplo, há pessoas que dão ovos e, obviamente, com toda a logística de uma campanha do Banco Alimentar, é um milagre se chegarem inteiros a uma família”, fez notar.
Os alimentos que pedem na campanha são leite, grão, feijão, atum, açúcar, farinha, bolachas, salsichas, óleo, azeite, massas, arroz e cereais.
“Estamos aqui também a divulgar uma campanha muito importante, que é o Papel por Alimentos. Recolhemos no Banco Alimentar todo o papel e cartão que as pessoas já não precisam. Podem doar ao BAO e, com o dinheiro que conseguimos da reciclagem, vamos comprar os alimentos que entre as campanhas dos supermercados nos falham, nomeadamente o leite, que tem uma validade curta”; explicou.
Também a Associação Viagem de Volta, que que se dedica ao tratamento da toxicodependência, marcou presença na iniciativa. Sara Costa e Silva, psicóloga da instituição, disse ao JORNAL DAS CALDAS que esta é uma iniciativa de louvar, “porque nem sempre conhecemos todas as respostas que existem no concelho”. “É muito importante sabermos com quem podemos agilizar procedimentos, otimizar os recursos de cada entidade e dar-nos a conhecer à comunidade”, contou.
A responsável destacou ainda um exemplo concreto de articulação conseguido durante o evento. “Na Rota que decorreu em 2024 conseguimos estabelecer uma parceria com a Refood Caldas da Rainha para que os nossos beneficiários possam ter uma resposta alimentar. Só assim é possível trabalhar e só assim faz sentido”, salientou.
A Soroptimist International das Caldas esteve presente na Rota do Voluntariado. A presidente, Michelle Hofland, referiu que convidou a presidente da União Soroptimist International, Ana Faísca. “Ficou provado que é um excelente evento. Nas redes sociais, as pessoas veem o que fazemos, mas aqui é diferente: falamos, fazemos networking e surgem mais oportunidades para levarmos os nossos projetos por diante”, disse Ana Faísca.
Durante a iniciativa, divulgaram o projeto One Stop, destinado a apoiar mulheres vítimas de violência doméstica. “Já falámos com o presidente da Câmara e queremos criar, nas Caldas, um espaço RIAV – Resposta Integrada de Apoio à Vítima. Trata-se de um espaço específico de intervenção e acompanhamento a vítimas de violência doméstica e a vítimas particularmente vulneráveis, que oferece um atendimento especializado feito por técnicos de várias áreas, tudo num só local, à semelhança do Espaço Júlia, em Lisboa”, explicou a presidente da União Soroptimist International.
Esta edição reuniu 14 associações de cariz social, animal e ambiental (ADRA, Refood, Rotary, Olha-Te, Viagem de Volta, Soroptimist, Cruz Vermelha, Ágora, Liga Portuguesa Contra o Cancro, BAO, Coração Com Vida, Ordem do Trevo, CRAPAA e Rede Leonardo).
Os visitantes eram convidados a responder a uma pergunta em cada stand, preenchendo um passaporte com carimbos e ganhando um saco com o logotipo da Rota do Voluntariado.
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